sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

TRISTE BAHIA PARTE 2.596: O CAOS SOCIAL NA GREVE DA PM (COMO???)

Onze anos depois da greve de 2001 Salvador volta a ser palco de lamentáveis cenas patrocinadas a partir de movimentos provocados pela própria Polícia Militar, conflagrando a cidade no auge do seu Verão e às vésperas da sua principal festa, o Carnaval, também pico do movimento turístico. Tanto em 2001 com agora havia sinais evidentes de movimentações paredistas. Nessa medição de forças, quem sofre de novo é a  população. Como se não bastassem as mazelas cotidianas. Caos urbano, má divisão social, corrpçao, drogas, violência somos brindados com o im pensável: greve da policia militar. DETALHE: nessa sexta feira, os policiais civis (que não são bobos nem nada) vao fazer uma assembleia. E a pauta principal: Greve, é claro! Triste Bahia.

Há em cada esquina desta cidade de ruas sinuosas uma central de boatos instalada sobre a violência que ocorre em Salvador. O prefeito João Henrique desapareceu da cena do crime, e nem à Câmara Municipal compareceu para ler a mensagem que marca a reabertura do Legislativo da urbe. O governador Jaques Wagner avionou no Air Force One da presidente Dilma Rousseff para Cuba e o Haiti. Enquanto isso, a capital ficou em estado de desgraça, diante da greve dos policiais em plena estação de turismo e no apogeu do verão baiano, às vésperas do Carnaval que, segundo os mentirosos, também de plantão, “é o melhor do mundo”. A explosão da boataria invadiu o interior do estado onde há, também, violência, conforme ocorreu em Feira de Santana. Na tarde desta quinta-feira (2), dia de Iemanjá e de festa no mar, há um inferno pelas ruas, com arrastões e descomandos. O que está a acontecer? É a pergunta incrédula dos soteropolitanos. Por que o prefeito desapareceu de cena e por que Wagner foi para o Haiti se, governador, o Haiti é justamente aqui?
 EM PRONUNCIAMENTO EM CADEIA DE RADIO E TV BAIANA, WAGNER CONCLAMOU OS BAIANOS A ACREDITAREM E CONFIAREM NELE, ENQUANTO GOVERNADOR E QUE OS BAIANOS PODIAM CONTAR COM ELE. NÓS ATÉ CONTAMOS, SR GOVERNADOR, MAS O QUE GANHAMOS COM ISSO ATÉ ENTÃO?

Imaginem o que seria das múmias políticas, a exemplo de José Sarney e de outras figuras que habitam o espectro nacional se, de repente, num sopro mágico de loucura e assepsia pública, o País resolvesse determinar que só pudesse ficar em cargos políticos no máximo dez anos? Por incrível que possa parecer, essa é um decisão surpreendente do Partido Comunista de Cuba. O pecebão de lá entendeu de aprovar, com as bênçãos de Raúl Casto, que “cargos políticos fundamentais, inclusive o de presidente, terão mandato de cinco anos, renováveis por mais cinco.” E ponto final na carreira do bacana. A Ilha, vê-se, está mudando para não afundar de vez.

Sarney está, presumivelmente, no seu último mandato, mas não surpreendam se ele entender de ficar com todo o seu aparato de seguidores mandando (como outro não houve na história) nesta república tropical. De qualquer maneira, como isso aqui é uma democracia, torta nos seus três poderes, mas a democracia do possível, ninguém, nem mesmo Sarney, corre este risco. O que deve acabar é a reeleição para presidente, governadores e prefeitos, com a extensão do mandato de quatro para cinco anos, menos para eleições proporcionais.

Seria, então, um absurdo (mas nem tanto) a definição de dez anos no poder. O que acontece com Cuba é que ela está tentando se arejar a partir da questão política de Estado, quando, em primeiro, deveria colocar a questão dos direitos humanos. Quando Havana se democratizar (será?) e mudar o seu arcaico modelo de economia centralizado e arcaico, a Ilha vai disparar. Aí surgirá uma cidade perdida nos anos 50 e 60, lindíssima, com uma estrutura arquitetônica hispânica que, embora caindo aos pedaços, mantém-se a duras penas. Surgirá como um paraíso caribenho invadido por turistas que mudarão a estrutura econômica desesperadamente pobre. Mas, primeiro, é necessário que seu povo reaprenda a sorrir, a não temer ser livre.

Continuidade, na verdade, não deveria caber na estrutura pública. Aqui, pode-se ser candidato a cargos executivos quantas vezes o político quiser. Nos Estados Unidos, o presidente pode ser reeleito, mas, passou daí não volta mais ao poder. Vira conferencista, conselheiro e coisa que tal. Essa é uma boa proposta. Acabar também a continuidade em relação a governos estaduais e municípios. De qualquer maneira, ao tomar conhecimento da decisão do PC cubano avalizado por Raúl Castro, fiquei balançado e com certa inveja ao pensar no coronel Sarney e o seu séquito que o acompanha dando cartas há três décadas e meia no poder, desde a ditadura lá dentro em breve já não teriam vez. Por incrível que possa parecer, Cuba acabará com os sarneys da sua Ilha antes do Brasil.

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